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A importância do ECG no suporte a pacientes de COVID19

A história dos eletrocardiógrafos começa com o primeiro eletrocardiograma, que foi criado em 1887 pelo fisiologista Augustus Waller, usando um eletrômetro capilar, além de eletrodos fixados em um voluntário para demonstrar que a atividade elétrica antecedia a contração do coração.

Em 1901, o médico e fisiologista holandês Willem Einthoven, pesquisou um método não invasivo para estudar o funcionamento do coração. Obteve o cardiograma conectando fios nos pés e mãos de um voluntário mergulhado dentro de um balde com uma solução de eletrólitos e ligando as três derivações a uma máquina que pesava incríveis 300kg e ocupava dois aposentos de um imóvel.

ECG – Eletrocardiógrafos

Com o passar dos anos e a evolução das soluções e conhecimentos disponíveis, novas técnicas e recursos foram aplicados na realização dos exames e utilização dos aparelhos em pacientes cardíacos.

O aparelho de eletrocardiograma é um sistema eletrônico capaz de capturar os estímulos elétricos na pele produzidos pelo coração. Ele amplifica os sinais dos batimentos cardíacos, transformando-os em traços visualizados graficamente na tela do computador.

Conhecido também como ECG, o eletrocardiograma faz parte da rotina de avaliação de doenças cardíacas desde o século passado, é um exame simples realizado por aparelhos denominados eletrocardiógrafos, que revelam alterações na atividade cardíaca do paciente.

O ECG é o registro da atividade elétrica do coração. Os eventos elétricos resultantes do ciclo sístole/diástole se propagam através do tórax.

A atividade elétrica do coração humano apresenta amplitude de alguns milivolts e pode ser detectada na superfície do corpo do paciente.

O eletrocardiógrafo tem função diagnóstica, detecta os sinais elétricos e produz um registro gráfico de tensão elétrica em função do tempo.

Benefícios tecnológicos advindos com os eletrocardiógrafos

Apesar de ser um exame simples e muito comum, o eletrocardiograma continua a ser muito importante na comunidade médica-cardiovascular, que investe cada vez mais em tecnologias para aprimorá-lo, como são as inúmeras possibilidades geradas através da Telemedicina.

A praticidade da gestão a distância das informações dos pacientes – Telemedicina – fica evidenciada nos exames de eletros, com a utilização de eletrocardiógrafos digitais.

Ela permite a transmissão de resultados em poucos minutos, possibilitando uma maior otimização no repasse de informações para pacientes, mesmo a grandes distâncias, além de abrir caminhos para a portabilidade das informações disponíveis aos pacientes.  

A Telemedicina pode ser utilizada em qualquer tipo de aparelho eletrocardiógrafo, mesmo nos mais antigos, pois os dados gerados podem ser convertidos conforme interesse do médico e paciente.  

Normas e regulamentações dos eletrocardiógrafos

A eficiência dos exames, além da confiabilidade dos resultados dos eletrocardiógrafos, colocou tanto o exame quanto o aparelho, em um patamar de importância e padronização em unidades de tratamento intensivo de hospitais e clínicas.

No ano de 2005 foi publicada a NORMA ABNT NBR IEC 60601-2-51 (Equipamento eletromédico: prescrições particulares para segurança, incluindo desempenho essencial de eletrocardiógrafos gravador e analisador monocanal e multicanal) que rege os parâmetros de utilização dos eletros, tornando-o uma exigência obrigatória e regulamentada.

Em 2010, a RDC 07/2010 – 24 DE FEVEREIRO 2010, Art 58, passou a determinar que cada UTI adulto deve ter no mínimo 01 equipamento eletrocardiógrafo portátil para cada 10 leitos.

ECG de 12 derivações

O nome “12 derivações” é decorrente das 12 (suficientes) perspectivas diferentes sobre o coração que este exame concede ao médico.

Um ECG com aquisição dos 12 canais de derivações simultâneas possibilita diagnósticos precisos e exames detalhados do órgão, como uma maior vista anatômica, se comparado aos ECG’s convencionais para identificação de potenciais eventos arrítmicos.

Um exame com as 12 derivações não apresenta grandes complicações e complexidades. Os eletrodos são posicionados em diferentes e estratégicos locais sob o peitoral do paciente, servindo para registrar a variação dos potenciais elétricos, que são gerados pela atividade do coração.

A síndrome do QT longo

Um ECG de 12 derivações possibilita diversos ângulos de visualização do coração para a identificação de prováveis anomalias, sendo uma delas, a Síndrome do QT Longo, muito mencionada no atual contexto do país.

A Síndrome é uma doença genética caracterizada por um prolongamento anormal de uma medida do eletrocardiograma denominada intervalo QT.

O intervalo Q-T é o período entre o início da despolarização ventricular e o fim da repolarização ventricular. Ocorre por uma anormalidade nos canais de potássio ou sódio do coração e podem ocasionar arritmias graves em indivíduos jovens e saudáveis.

A doença é provocada por alterações genéticas em certos canais iônicos (estruturas que controlam a passagem de correntes elétricas pela membrana das células) do coração.

Identificação da Sindrome do QT Longo pelo ECG na pandemia da covid 19

Intervalo QT

Com a pandemia do COVID19 sendo declarada em março de 2020 pela Organização Mundial de Saúde, alguns países avaliaram o impacto do tratamento precoce através de alguns tipos de medicamentos, entre eles a HIDROXICLOROQUINA e a AZITROMICINA, na tentativa de amenizar e até mesmo curar os efeitos do vírus no organismo humano.

O intervalo Q-T é o período entre o início da despolarização ventricular e o fim da repolarização ventricular. Sua correção para a frequência cardíaca deve ser feita com a seguinte fórmula:

Na fórmula vemos que QTc é o intervalo Q-T corrigido e R-R é o intervalo entre 2 complexos QRS. Todos os intervalos são registrados em segundos. O prolongamento do QTc está fortemente relacionado com o desenvolvimento de taquicardia ventricular do tipo torsades de pointes. Geralmente, existe dificuldade no cálculo do QTc porque o final da onda T é, muitas vezes, pouco nítido ou seguido de onda U com a qual se funde. Diversos fármacos estão envolvidos no prolongamento do intervalo QT. Veja alguns:

Embora estas medicações tenham um adequado perfil de segurança em diversas situações clínicas, elas podem bloquear o canal de potássio hERG, podendo prolongar a repolarização ventricular e causar, por exemplo, o Torsades De Pointes (TdP).

O Torsades De Pointes é um tipo de taquiarritmia peculiar reservada a situações especiais como síndromes do QT longo, como resultado, gera uma condição maligna que necessita de diagnóstico precoce e tratamento agressivo, a fim de que sejam evitadas graves complicações como a morte súbita

ECGs de 12 derivações são indicados para o monitoramento do intervalo QT e auxilio em tratamento/dosagem de fármacos que podem ser aplicados em pacientes com COVID, como são os casos da Cloroquina e Azitromicina.

Porém o correto tratamento e recomendação ou não desses fármacos e de responsabilidade da equipe medica, pois o ECG somente auxilia e monitora no diagnostico para a tomada de decisão de tratar ou não o paciente de COVID com esses tipos de fármacos

Eficiência e confiabilidade

O eletrocardiograma de 12 derivações ainda é capaz de detectar outras síndromes como a Síndrome de Brugada, a Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) dentre outras.

A maioria dos problemas cardíacos são decorrentes da atividade elétrica anormal desse órgão. Por exemplo as arritmias cardíacas. Mas o ECG é capaz de detectar também:

a) taquicardias: frequência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto (bpm). É um sinal indicativo de insuficiência cardíaca;

b) bradicardia: frequência cardíaca abaixo de 60 bpm. Pode indicar problemas no marca-passo do coração (região conhecida como tecido nodal sinoatrial);

c) fibrilação: descoordenação na contração das fibras cardíacas; se for atrial o rendimento cardíaco cai; se for ventricular pode levar à morte em poucos minutos;

d) infarte: morte do tecido muscular cardíaco;

e) hipertrofia: aumento da massa cardíaca;

f) bloqueios: demora na condução elétrica de algumas regiões do coração (tecido nodal atrioventricular e feixe de His);

g) pré-excitação: isolamento elétrico insuficiente entre átrios e ventrículos.

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