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Débito cardíaco – Insuficiência cardiorrespiratória em pacientes da Covid 19

Frequentemente temos visto notícias sobre casos de pacientes que contraíram a Covid 19 e agravaram seu quadro clínico rapidamente, vindo a óbito em decorrência de problemas cardiorrespiratórios sérios (débito cardíaco).

Os efeitos do vírus ainda estão sendo descobertos à medida que ele se estabelece e se desenvolve no sistema imunológico dos seres humanos.

No entanto, algumas certezas já existem, sendo uma delas é que pacientes com predisposições a doenças cardiovasculares e com hipertensão arterial, apresentavam maior gravidade e mortalidade.

Nestes pacientes é comum a ocorrência de quadros de obesidade e falta de atividade física, reduzindo a tolerância à baixa oxigenação e ao aumento da necessidade metabólica.

Para falarmos sobre insuficiência pulmonar e aumento da demanda metabólica, precisamos entender primeiro como a Covid pode afetar o débito cardíaco e a estabilidade hemodinâmica em pacientes da doença.

Débito cardíaco

O débito cardíaco é a medida de cálculo do fluxo sanguíneo em litros por minuto produzido pelo coração a cada batimento. Portanto, é através do DC que é possível avaliar a condição e desempenho cardíaco do paciente.

O débito cardíaco é um dos fatores mais importantes que temos de considerar em relação à circulação, pois é a soma do fluxo sanguíneo para todos os tecidos do corpo.

Os dois fatores que determinam a capacidade do débito cardíaco nos seres humanos são a frequência cardíaca e o volume sistólico (ou o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo durante a sístole).

O sangue que flui (volume sistólico) para os diferentes tecidos do organismo é geralmente proporcional à atividade metabólica realizada em estado de repouso ou em atividade física. Da mesma forma, problemas de saúde podem alterar o fluxo sanguíneo, em condições de repouso, para diferentes órgãos.

Retorno Venoso

O retorno venoso é a quantidade de sangue que flui das veias para o átrio direito do coração a cada minuto, da mesma forma, o retorno venoso e o débito cardíaco devem ser iguais um ao outro, exceto por poucos batimentos cardíacos nos momentos em que o sangue é temporariamente armazenado ou removido do coração e dos pulmões.

Monitorização hemodinâmica

A Monitorização hemodinâmica é uma técnica invasiva para medir pressões intra-cardíacas, intrapulmonar e intravascular.

Da mesma forma, os pacientes que precisam ser hospitalizados em decorrência da COVID-19 apresentam um risco maior de desenvolver condições como sepse, lesão pulmonar aguda (LPA) e síndrome da angústia respiratória severa (SARS). Como resultado a instabilidade hemodinâmica, onde a pressão arterial é persistente em se manter anormal ou instável (especialmente hipotensão).

O manejo bem-sucedido da complexa hemodinâmica de pacientes com SARS em ventilação mecânica é fundamental para a sobrevivência do paciente em leito.

 A instabilidade hemodinâmica pode ocorrer devido a um aumento da pressão intratorácica, que acarretará na diminuição do retorno venoso e consequente diminuição do débito cardíaco.

Métodos de medição cardíaca

MODULO DE ICG – DÉBITO CARDÍACO MINIMAMENTE INVASIVO

Em resumo, a bioimpedância torácica (BIT), é também conhecida como cardiografia de impedância, sendo método elétrico, não invasivo, que mede a função cardíaca, sístole a sístole. Da mesma forma, ela é baseada na passagem de corrente contínua constante, de baixa amplitude e alta frequência através do tórax. A impedância elétrica à passagem da corrente é inversamente proporcional ao conteúdo de água no tórax.

A bioimpedância transtorácica cardíaca (BTC) é um método não invasivo que permite a estimativa de parâmetros hemodinâmicos.

Além disso, ela é uma forma de pletismografia que utiliza mudanças na impedância elétrica torácica para estimar mudanças no volume sanguíneo no interior da aorta e mudanças no volume de fluido do tórax.

IMPEDÂNCIA CARDIOGRÁFICA (ICG)

O monitoramento da impedância cardiográfica fornece parâmetros hemodinâmicos, baseados na medição de bioimpedância elétrica torácica, sendo este o método não invasivo para medir o débito cardíaco continuo.

Os parametros de medição ICG estão disponíveis nos monitores no VITA 1200 e VITA 1100a e VITA 1100e

A relação com a Covid 19

A maioria dos pacientes que precisam de tratamento em UTI, demandarão a ventilação mecânica, da mesma forma, as evidências atuais mostram que pacientes em estado crítico que desenvolvem inconstâncias no débito cardíaco ou a instabilidade hemodinâmica (como consequência complicações como a SARS, SEPSE, LPA dentre outras), têm mais chance de desenvolver a síndrome da falência de múltiplos órgãos (SFMO).

Isso reduz a chance de sobrevivência do paciente de forma significativa, pois aumenta a utilização de recursos limitados da UTI e do hospital com um período de internação prolongado na unidade de terapia intensiva.

Como a função básica do coração é gerar fluxo sanguíneo para levar oxigênio e nutrientes aos tecidos, a capacidade de medir o débito cardíaco (DC) de forma fácil, rápida, real e não invasiva é extremamente útil em anestesia e em UTI para pacientes com COVID19 aonde a análise da reposição volêmica e os cálculos hemodinâmicos se tornam imprescindíveis para o correto tratamento desse paciente.

Referências:

Artigo: Pancorbo Sandoval AE. Medicna do esporte: princípios e prática – Porto Alegre: Artmed; 2005.

Site: www.cefid.udesc.br

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